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Dropshipping: oportunidades & negócios

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Drop it like its hot!

Se no ano passado, todos os varejistas correram para se tornar e-commerce, enquanto todos os e-commerces migraram para se tornar marketplace, agora estamos olhando para um pequeno problema: qual será o diferencial? Como esses players podem fugir do básico de preço e prazo de entrega na disputa por consumidores? Com isso, a corrida de uns meses para cá tem sido por diferenciais para gerar audiência, e o conteúdo (as últimas aquisições da MagaLu que o digam) tem sido chave nesse momento. Eis as explosões das lives, e das empresas que fazem live commerce, e a captação de microempresas para as plataformas. E o dropshipping é quase que um meio do caminho entre esses dois assuntos. E é sobre isso que iremos aprofundar hoje (e também por aqui no Clubhouse, às 13h)!

But first, what?

Dropshipping é uma daquelas palavras que veio para ficar no dicionário do digital. E, como todo bom nome que surge e ganha relevância rapidamente, pode confundir um pouco. E é ai que entra o Morse 🙂 Em termos mais simples, dropshipping é um modelo de gerenciamento de e-commerce em que o empreendedor digital cuida da lojinha, mas é o provedor (em alguns casos o fornecedor) que tem o estoque e envia os produtos. Enquanto no caso do marketplace a proposta de valor é você colocar sua loja num ecossistema com audiência pré-existente, no dropshipping a lógica é o oposto: você levar a loja virtual para ambientes externos com objetivo de atrair audiência própria para monetizar um pool de produtos pré-selecionados. Seria como o mercado de afiliados, mas com uma evolução para o “parceiro” criar uma loja com sua própria seleção de produtos e não apenas um link de um produto específico. Em alguns lugares a modalidade é conhecida como “loja digital” – o que, sim, ajuda a confundir o termo, já que, para muitos, “loja digital” também é sinônimo de e-commerce. Até 2027, a expectativa é que o mercado de dropshipping chegue a US$ 591,77 bilhões, um crescimento de 18.3% por ano até lá. Apesar de ter os seus riscos, o modelo é bastante atrativo para os novos entrantes do digital. O exemplo vem do Reino Unido, onde a marca GymShark se tornou um negócio de US$ 500 milhões, chegando até a produtos próprios, mas que começou sendo uma dropshipper.

Alibaba x Magalu

Se tem logística e produtos, tem um espaço (gigantesco) para as grandes varejistas online. A Amazon e o eBay têm áreas exclusivas para isso. A Alibaba, dona do Aliexpress, então… foi ela que, praticamente, popularizou o termo ao trazer, lá em 2006, a possibilidade de lojas norte-americanas venderem produtos diretamente da China. No Brasil, inclusive, a chinesa fez parceria com a Nuvemshop para estimular que pequenos negócios usem o sistema da Aliexpress para fazer dropshipping por aqui. E, falou em Alibaba, falou em Magazine Luiza aqui no país (pelo menos, segundo o próprio Frederico Trajano): ela tem o modelo das “lojas virtuais”, que funcionam muito como um dropshipping, permitindo que se crie uma estante com produtos e venda da Magalu. A plataforma, que foi lançada lá em 2012, ganhou força em 2020, tanto que teve até um rebranding: passou de Magazine Luiza Você para Parceiro Magalu. “A Magalu rapidamente vem se transformando num ecossistema digital. É algo muito mais amplo, com enorme potencial. Queremos ser o sistema operacional do varejo brasileiro”, disse Frederico Trajano há um ano…

Who is who?

Uma parada aqui para explicar quem faz o que no dropshipping porque, assim como no ambiente do e-commerce puro, há espaço para uma série de empresas. Demos o exemplo de grandes varejistas, que podem servir como estoque, mas há possibilidade das fabricantes também participarem desse jogo. Pense só, se as fabricantes já estão se preparando para fazer parte do estoque e da entrega em suas próprias lojas direct to consumer, vender isso como serviço para uma loja virtural “terceira” não é um passo tão extra assim e, do lado do comerciante, assegurar que os fornecedores de produtos e de estoque são bons é uma forma de manter os clientes interessados e, o melhor, recorrentes. Outras plataformas que entram nesse ecossistema são as integradoras de e-commerce, como o Shopify, já que eles podem fazer o “terceiro atacante” na linha entre fabricante e loja de dropshipping. Empresas como a Oberlo também funcionam dessa forma, criando um caminho entre a fornecedora e a loja. O modelo de dropshipping é atrativo exatamente porque oferece flexibilidade para um e-commerce: uma loja não precisa ser apenas “dropshipping”, mas pode acrescentar alguns produtos entregues na modalidade para ampliar seu portfólio.

Drop my business

Se você é empreendedor do mercado de comércio eletrônico, tentando vender produtos proprietários ou com um ecommerce de alguma vertical específica, o dropshipping pode ser uma alternativa interessante. Como comentamos acima, esse modelo é o contra-Marketplace e ele tem suas vantagens. No caso dos Marketplaces, o fato de você levar o seu e-commerce para dentro de um ambiente com uma audiência já existente tem todo o seu valor pois, potencialmente, diminui (ou pode até zerar) o seu custo de aquisição de novos clientes (CAC) . Por outro lado, você está ali, lado a lado, clique a clique, de todos os seus concorrentes, brigando por preço e prazo de entrega, com filtros de busca que podem te tirar do jogo em um clique. Aí que o dropshipping gera um diferencial para os que querem vender produtos. No lugar de levar seus produtos para a guerra de prazos ou preços, que tal envolvê-los em storytelling, com conteúdos exclusivos e a chancela de celebridades, influenciadores e geradores de conteúdo?

Drop to Creators

O TikTok tem criado espaços para seus criadores colocarem vendas diretas online e muitas plataformas que facilitam o dropshipping já estão ali na rede. O pensamento aqui é que os influenciadores podem ter um espaço de loja virtual com um estoque e a entrega terceirizada. Num momento em que o mercado se volta para a monetização dos influenciadores e o pagamento de criadores, o modelo de dropshipping se torna viável como um canal alternativo para influencers. Um exemplo de quem pensou nisso foi a brasileira Montink, uma plataforma que cria lojas virtuais para influenciadores digitais e que triplicou de tamanho no ano passado. “Muitos influenciadores não conseguem se monetizar — apenas alguns conseguem viver de parcerias. Cada influenciador tem uma mensagem para passar e seus seguidores se identificam, então possibilitamos que eles as entreguem na forma de produtos”, afirmou o criador da Montink. Segundo eles, a renda mensal dos lojistas varia entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Ou seja, o dropshipping está invertendo o jogo do marketing de influenciadores. Como este mercado, assim como o de midia digital, vinha evoluindo para a “performance” agora os influenciadores podem escolher qual o portfólio de produtos eles querem vender, e tudo isso em poucos cliques.

Marmita dos famosos!

Tudo isso que falamos até agora já é olhando o retrovisor, afinal, já é cenário dado. Na busca por inovação e por ganhar mercado, quais outros segmentos poderiam olhar para o conceito de dropshipping? Por que não um dropshipping nas plataformas de delivery?! Sim! Quantos influenciadores de vida saudável não poderiam criar suas “lojinhas” com restaurantes e pratos pré selecionados dentro de uma Plataforma de Delivery? Já separados por café da manhã, almoço e jantar, para divulgar para suas audiências. E não é só de vida saudável que se vive, com diversos influenciadores de gastronomia gourmet, que tal um pacote de entrada, prato principal, sobremesa e vinho, selecionados por um influenciador da alta gastronomia?

Drop the Ads

Por fim, com a facilidade deste formato para se criar um e-commerce, e com a pressão do mercado anunciante de mídia digital pelos modelos de performance, com estratégias de compra de mídia que tendem a tornar os veículos verdadeiros “revendedores” de produtos e serviços, seria o dropshipping uma revisão de modelo para a publicidade digital? Se for para um veículo ser remunerado apenas pela performance de vendas de um anúncio, por que não virar um “varejista” via dropshipping? Criar sua própria loja e ganhar não apenas a comissão, mas também a possibilidade de ir entrando em um novo negócio.

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